Não Diga que Não

Diziam...

Que estava tudo tão perfeito, tão certo

que não dava pra chorar

Mas florescia algo tão degenerado

que não dava para respirar;

Permanecia friamente calculado

em sua mente a tocar

E tudo, tudo, tudo me dizia que podia

se concretizar...

por isso

PARE! NÃO DIGA QUE NÃO

PARE! DE FAZER SOFRER

E PARE! COM O MATAR OU MORRER

Era estrondosamente abafado

por quem queria só ganhar

E eu que era enlouquecidamente certo de

tentar mudar?

Dominar o mundo dizimando moribundos,

meta em construção

Nas cidades onde a fatalidade

sucedia como se fosse armação

PARE! NÃO DIGA QUE NÃO

PARE! DE FAZER SOFRER

E PARE! COM O MATAR OU MORRER

Atacarão a noite e não vão, não vão

deixar sobrar ninguém

Isto é mais que cantar história é profetizar a glória

de homens maus meu bem

Se achas isso certo ou errado

quem sou eu pra saber!?

Pois olhe pro seu braço e saiba ele está marcado

desde que você era bebê...

por isso

PARE! NÃO DIGA QUE NÃO

PARE! DE FAZER SOFRER

E PARE! COM O MATAR OU MORRER

Transe Indomável

Garota não me deixe aqui sozinho procurando algum caminho e tentando aceitar que estamos destinados a futuros antiquados em que é tolice confiar. Eu e você "cam-baileando", feito bêbados almejando nas nossas danças sobre as pistas das ruas um lugar feito pra gente como a gente tão diferente, lugar pra confirmar...

COMO SERIA LINDO UM MUNDO UNIDO ONDE VALERIA A LIBIDO, MAS DESEJAR É PROIBIDO, DAR PRAZER É INDEVIDO E O SISTEMA É CONSTRUIDO

Sei, fostes bárbara amiga, é fiel ente-querida assim vou lhe propor acordo raro feito pelo disparo da amizade e do valor. Então ta combinado, tu repassa os problemas que pago como ator encenando insana trama para resgatar do drama, dama Gaia implorando pra expor...

COMO SERIA LINDO UM MUNDO UNIDO DE PAZ E AMOR, MAS DESEJAR É PROIBIDO, DAR PRAZER É INDEVIDO E O SISTEMA É CONSTRUIDO

Ti guiei após a margem, às nobres paisagens do coração dum vagabundo. Abalei as estruturas, violei as rupturas, eras terra eu mar profundo. Garota nem com mil palavras teria o dom pra expressar o quanto a prezava, Menina queria lhe contar segredos, absorver todos seus medos, quando se foi fulgurava...

MAS EU JÁ NÃO POSSO MAIS, JÁ NÃO POSSO MAIS, JÁ NÃO POSSO MAIS
REVOGAR

TEU CORAÇÃO PARTIU, E JÁ NÃO POSSO MAIS EM TROCA DE PERDÃO

O MEU PERMUTAR

BREVE NEM ILHAS MAIS, NEM ILHAS MENTAIS, SEQUER MATERIAIS

PRA COLONIZAR

TAL QUAL A GENTE IRIA ENQUANTO CONDUZIRIA DO FRONTE SONORO

VIAGENS ASTRAIS

BREVE NEM ILHAS MAIS, NEM ILHAS MENTAIS, SEQUER MATERIAIS

PRA SE REFUGIAR

TAL QUAL A GENTE FAZIA ENQUANTO CONDUZIA NUM TRANSE INDOMÁVEL

VIAGENS ASTRAIS

NUM TRANSE INDOMÁVEL, NUM TRANSE INDOMÁVEL TRANSE INDOMÁVEL

TRANSE INDOMÁVEL

NUM TRANSE INDOMÁVEL TRANSE INDOMÁVEL, INDOMÁVEL TRANSE

NUM TRANSE INDOMÁVEL

História do Rock

Agora, vamos lhes contar uma história. Está longe de ser um conto de fadas, mas também pode se dizer que nessa história há reis, rainhas, princesas e magos. Só que o que diferencia essa história das outras, é a vontade de mudar, de fazer diferente de seus antepassados...

ELES TENTARAM MUDAR O MUNDO

E NÓS ESTAMOS ESPERANDO ACONTECER

UM DESASTRE NESTE LUGAR IMUNDO

OU UM DEUS QUE VENHA A TUDO RESOLVER

_ A poesia começou

_ Com alguns caras revoltados

_ Com tanta hipocrisia

_ Rondando aos seus lados

_ Pegaram em armas

_ Recém fabricadas

_ Que ao serem disparadas

_ Gritavam as palhetadas

_ Andaram pelo mundo

_ Divulgando sua mensagem

_ E mostraram à todos

_ Que estavam insatisfeitos, que não estavam de passagem

_ Cantaram a vida

_ Em seus versos desencontrados

_ Porque já sabiam

_ Eram predestinados...

ELES TENTARAM MUDAR O MUNDO

E NÓS ESTAMOS ESPERANDO ACONTECER

UM DESASTRE NESTE LUGAR IMUNDO

OU UM DEUS QUE VENHA A TUDO RESOLVER

_ Eles rejeitaram

_ Toda moda, toda dor

_ Preferiram fazer rock

_ Paz e amor!

_ E o que vestiam?

_ Ah, isso sim importava

_ Pois desfilavam o que queriam

_ Ou usavam nada

_ Mas por originalidade

_ Perderam a amizade

_ De todos que não suportavam

_ Ser anti-sociedade

ELES TENTARAM MUDAR O MUNDO

E NÓS ESTAMOS ESPERANDO ACONTECER

UM DESASTRE NESTE LUGAR IMUNDO

OU UM DEUS QUE VENHA A TUDO RESOLVER

Solo

_ Hoje muitos estão velhos

_ Muitos subordinados

_ Pelo cotidiano

_ Foram renegados

_ Alguns recusaram

_ Viver a escravidão

_ Tiraram a vida

_ Deixando os irmãos;

_ Na minha opinião

_ Ainda está inacabado

_ Então

_ Amantes da arte e da liberdade

_ Saiam de suas casas

_ Pra fazer evolução

_ E salvar o mundo

_ De um final sem imaginação...

NÓS PODEMOS MUDAR O MUNDO

NOSSOS FILHOS VÃO NOS AGRADECER

NÓS PODEMOS MUDAR O MUNDO

NOSSO NETOS VÃO VER O SOL NASCER

Perdido na Trilha

Assisto de camarote a minha própria decadência

Enquanto muitos sobem cada vez mais

Minha alma e espírito negam resistência

Baby me desculpe, mas fiquei pra trás

ME PERDI NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

EU PERDI, NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

Coberto por mortalhas congelo, impossível levantar

Queria ao menos lhe beijar antes de me despidir

Mal começamos e já vamos terminar

Infelizmente não parei a tempo da gente continuar

ME PERDI NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

EU PERDI, NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

Renegado pelo sistema se obrigou a resolver

O dilema da criança que nascera pra morrer

De baixo da ponte sem poder ver

Quando o sol vem desmontar o anoitecer

PERDIDO NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

EU PERDI, NESSA TRILHA DE AMARGURA

CAÍ, DIRETO NA SEPULTURA

Legado de Hiroshima

Estou parado olhando para o quadro

Calado renunciando a pensar

Se me distrair posso ser reprovado

Minha mãe disse que ando intoxicado de tanto estudar...

A história de homens que caíram derrotados na arena de batalha em que arriscaram enfrentar;

Enfrentar tanques, campos minados, enfrentar potências e seus presidentes mimados que não sabem respeitar

O desejo de atar de casais apaixonados

O desejo de viver de um guri recém-formado...

E NADA MUDOU

TUDO AINDA ESTÁ ASSIM

E NADA MUDOU

MAS TUDO AINDA HÁ DE ACABAR

Subiam colinas com ceifeiros nas mãos, sem o direito de ter outra fé ou tradição, pois estes eram em campos de concentração jogados, trabalhavam obrigados, atrás das grades da prisão...

E os soldados seus?

Levavam Cristo em corações "cheios" de Deus, mas assassinavam ao Diabo com a benção de padres pagãos.

Destruíram sonhos em meio ao fogo cruzado, acabaram com inocentes pelo ideal errado,

Onde falta controle, ele ta deturpado em uma estranha forma de poder unificado...

E NADA MUDOU

TUDO AINDA ESTÁ ASSIM

E NADA MUDOU

MAS TUDO AINDA HÁ DE ACABAR

Então vá para um lado, vá para que possa notar

O quanto eles disfarçam a verdade e conseguem te enganar

Lhe transformando num escravo do presente incapaz de parar a marcha ao abismo a sua frente!

E NADA MUDOU

TUDO AINDA ESTÁ ASSIM

E NADA MUDOU

MAS TUDO AINDA HÁ DE TER UM FIM...

Insônia

Imagino seu corpo rendendo o espírito aos devaneios na cama enquanto desenho saliências para fluírem sob tua pele e aliviarem a forma do peso de ser santa. Profano sigilosamente a única margem ào pecado e te faço abandonar o descanso em descaso com o que fora violado, da pele emanam gotas, é vinho, que embriaga e deixa a ousadia completamente solta, dos olhos escapam lágrimas, remetem a chuva formando pingentes em folhas verdes, igual a nós as árvores sempre choram se estão contentes. Mas isso não passa de insônia, perseguindo a mim em overdoses sem prazer das doses de holocaustos gerados na noite alerta anseio arrependido de ter marcado um encontro com o atraso, só te queria contando estrelas ao meu afago; é quando o bendito brilho da lua de novo se alinha a janela da casa escura e me faz ter que na fisica do amor sanidade é loucura, e o que aconteceu foi verdade embora tenha sido fantasia pura...

Hey!

Hey! Olha o sol ali

No caminho

Esperando alguém seguir

Hey! A chuva vai passar

O vento há de voar

Mas a vida irá ficar

Com todas as fronteiras

Pra unificá-las

Numa afeição privada de barreiras

Criadas pela chatocracia

Civilizando a natureza

Em prédios de selvageria

Foi simples se perder

Dentro de uma jornada sem migalhas pra juntar

Por sorte continuamos a crescer

E poderemos como gigantes enxergar

Que revoluções são feitas

Pra sem querer estourar

Despertar

Mil nuvens desenhadas no contraste de cores sombrias anunciavam madrugadas de dias despejando gotas que escorregavam pelos telhados e desabavam no chão explodindo e desfazendo bombas de despertar da breve ilusão montada pelo cochilo de Silvestre. Viajava em outrora, quando todas as pessoas eram igualmente diferentes e podia olhar ao lado sem sentir-se acuado como hippie no Vietnã, mas seus olhos ardiam agora implorando ao fraco corpo para serem deixados fechados; ah miserável jovem, insistia entregue a uma força que nem ele sabia de onde vinha. Indagava a si tentando achar um pedaço do céu entre as folhas da Figueira que foi seu quarto durante a noite de minuanos impiedosos se merecia tamanha estrela. Sorte vinda tal qual bala perdida, rasgando seu coração e destilando-se ao seu sangue no mais puro aguar da dor de ser o último exemplo duma série extinta.

Abriu os olhos, verdes da cor do mar capaz de trazer esperança e afogar sonhos, não agradava o que via. Aprendeu que odiar era errado, mas o amor fora comprado e estava dispendiosamente raro, assim, com pouco dinheiro sobrava-lhe o desprezo, a ânsia emanando da sua alma por devolver à vida as fronteiras, criadas pela chatocracia civilizando a natureza em prédios de selvageria, e então tratar de unificar tudo na paz desprovida de barreiras.

Levanta! Vozes diziam, o garoto que nasceu com o tom do perigo latente obedecia, porque logo o aglomerado de seres no horizonte continuaria o clichê do cotidiano e ele teria dores de cabeça com a poluição feita na transpiração das fábricas se permanecesse imóvel. Mesmo obrigado a fugir por causa da perseguição dos Homogêneos, gostava de dormir próximo as hipócritas cidades, apalermado, embreagava-se com os temperos do bando para se dizer ainda parte da humanidade. Existiam duas estradas, das quais tentava decifrar o fim guiando os sentidos nas linhas de campo magnético e aproveitando seus dons misteriosos; escolheu enquanto refletiam os raios de sol nos espelhos da terra iluminando sua face ambígua, o desafortunado jovem homem escolheu o caminho do norte.