ESCLARECENDO

Pretendo postar pensamentos, crônicas, musicas e poesias; refazendo em miniatura o universo que absorvo a cada experiência no centro desse infinito, que pode eternizar ou banalizar a idéia toda. Esse espaço tem apelo confessional-autoral e poderá na melhor das hipóteses virar um elixir que maltrata a alma em goles de satisfação. Por vezes será mais sincero que a verdade, instintivo, quase irracional, como o lampejo de fé de um ateu antes de seu mundo desmoronar, o beijo roubado, a compaixão do assassino com a sua vítima segundos antes de matá-la e por vezes será pragmático e crítico, afinal precisamos da dose certa de veneno pra sobreviver. Lembrando que a causa maior de estar aqui é porque no princípio a filosofia era uma besteira, e as grandes besteiras consideradas a filosofia a ser seguida; então quando reijeitarem suas idéias, mantenhas a salvo, pois no futuro podem ser o único meio de outros seres perceberem que a razão da humanidade não passou de um grande mito.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Insônia

Imagino seu corpo rendendo o espírito aos devaneios na cama enquanto desenho saliências para fluírem sob tua pele e aliviarem a forma do peso de ser santa. Profano sigilosamente a única margem ào pecado e te faço abandonar o descanso em descaso com o que fora violado, da pele emanam gotas, é vinho, que embriaga e deixa a ousadia completamente solta, dos olhos escapam lágrimas, remetem a chuva formando pingentes em folhas verdes, igual a nós as árvores sempre choram se estão contentes. Mas isso não passa de insônia, perseguindo a mim em overdoses sem prazer das doses de holocaustos gerados na noite alerta anseio arrependido de ter marcado um encontro com o atraso, só te queria contando estrelas ao meu afago; é quando o bendito brilho da lua de novo se alinha a janela da casa escura e me faz ter que na fisica do amor sanidade é loucura, e o que aconteceu foi verdade embora tenha sido fantasia pura...

Hey!

Hey! Olha o sol ali

No caminho

Esperando alguém seguir

Hey! A chuva vai passar

O vento há de voar

Mas a vida irá ficar

Com todas as fronteiras

Pra unificá-las

Numa afeição privada de barreiras

Criadas pela chatocracia

Civilizando a natureza

Em prédios de selvageria

Foi simples se perder

Dentro de uma jornada sem migalhas pra juntar

Por sorte continuamos a crescer

E poderemos como gigantes enxergar

Que revoluções são feitas

Pra sem querer estourar

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Despertar


Mil nuvens desenhadas no contraste de cores sombrias anunciavam madrugadas de dias despejando gotas que escorregavam pelos telhados e desabavam no chão explodindo e desfazendo bombas de despertar da breve ilusão montada pelo cochilo de Silvestre. Viajava em outrora, quando todas as pessoas eram igualmente diferentes e podia olhar ao lado sem sentir-se acuado como hippie no Vietnã, mas seus olhos ardiam agora implorando ao fraco corpo para serem deixados fechados; ah miserável jovem, insistia entregue a uma força que nem ele sabia de onde vinha. Indagava a si tentando achar um pedaço do céu entre as folhas da Figueira que foi seu quarto durante a noite de minuanos impiedosos se merecia tamanha estrela. Sorte vinda tal qual bala perdida, rasgando seu coração e destilando-se ao seu sangue no mais puro aguar da dor de ser o último exemplo duma série extinta.
Abriu os olhos, verdes da cor do mar capaz de trazer esperança e afogar sonhos, não agradava o que via. Aprendeu que odiar era errado, mas o amor fora comprado e estava dispendiosamente raro, assim, com pouco dinheiro sobrava-lhe o desprezo, a ânsia emanando da sua alma por devolver à vida as fronteiras, criadas pela chatocracia civilizando a natureza em prédios de selvageria, e então tratar de unificar tudo na paz desprovida de barreiras.
Levanta! Vozes diziam, o garoto que nasceu com o tom do perigo latente obedecia, porque logo o aglomerado de seres no horizonte continuaria o clichê do cotidiano e ele teria dores de cabeça com a poluição feita na transpiração das fábricas se permanecesse imóvel. Mesmo obrigado a fugir por causa da perseguição dos Homogêneos, gostava de dormir próximo as hipócritas cidades, apalermado, embreagava-se com os temperos do bando para se dizer ainda parte da humanidade. Existiam duas estradas, das quais tentava decifrar o fim guiando os sentidos nas linhas de campo magnético e aproveitando seus dons misteriosos; escolheu enquanto refletiam os raios de sol nos espelhos da terra iluminando sua face ambígua, o desafortunado jovem homem escolheu o caminho do norte.