ESCLARECENDO

Pretendo postar pensamentos, crônicas, musicas e poesias; refazendo em miniatura o universo que absorvo a cada experiência no centro desse infinito, que pode eternizar ou banalizar a idéia toda. Esse espaço tem apelo confessional-autoral e poderá na melhor das hipóteses virar um elixir que maltrata a alma em goles de satisfação. Por vezes será mais sincero que a verdade, instintivo, quase irracional, como o lampejo de fé de um ateu antes de seu mundo desmoronar, o beijo roubado, a compaixão do assassino com a sua vítima segundos antes de matá-la e por vezes será pragmático e crítico, afinal precisamos da dose certa de veneno pra sobreviver. Lembrando que a causa maior de estar aqui é porque no princípio a filosofia era uma besteira, e as grandes besteiras consideradas a filosofia a ser seguida; então quando reijeitarem suas idéias, mantenhas a salvo, pois no futuro podem ser o único meio de outros seres perceberem que a razão da humanidade não passou de um grande mito.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Despertar


Mil nuvens desenhadas no contraste de cores sombrias anunciavam madrugadas de dias despejando gotas que escorregavam pelos telhados e desabavam no chão explodindo e desfazendo bombas de despertar da breve ilusão montada pelo cochilo de Silvestre. Viajava em outrora, quando todas as pessoas eram igualmente diferentes e podia olhar ao lado sem sentir-se acuado como hippie no Vietnã, mas seus olhos ardiam agora implorando ao fraco corpo para serem deixados fechados; ah miserável jovem, insistia entregue a uma força que nem ele sabia de onde vinha. Indagava a si tentando achar um pedaço do céu entre as folhas da Figueira que foi seu quarto durante a noite de minuanos impiedosos se merecia tamanha estrela. Sorte vinda tal qual bala perdida, rasgando seu coração e destilando-se ao seu sangue no mais puro aguar da dor de ser o último exemplo duma série extinta.
Abriu os olhos, verdes da cor do mar capaz de trazer esperança e afogar sonhos, não agradava o que via. Aprendeu que odiar era errado, mas o amor fora comprado e estava dispendiosamente raro, assim, com pouco dinheiro sobrava-lhe o desprezo, a ânsia emanando da sua alma por devolver à vida as fronteiras, criadas pela chatocracia civilizando a natureza em prédios de selvageria, e então tratar de unificar tudo na paz desprovida de barreiras.
Levanta! Vozes diziam, o garoto que nasceu com o tom do perigo latente obedecia, porque logo o aglomerado de seres no horizonte continuaria o clichê do cotidiano e ele teria dores de cabeça com a poluição feita na transpiração das fábricas se permanecesse imóvel. Mesmo obrigado a fugir por causa da perseguição dos Homogêneos, gostava de dormir próximo as hipócritas cidades, apalermado, embreagava-se com os temperos do bando para se dizer ainda parte da humanidade. Existiam duas estradas, das quais tentava decifrar o fim guiando os sentidos nas linhas de campo magnético e aproveitando seus dons misteriosos; escolheu enquanto refletiam os raios de sol nos espelhos da terra iluminando sua face ambígua, o desafortunado jovem homem escolheu o caminho do norte.

3 comentários:

  1. uuau que intenso esse texto!
    quem é o autor?
    ba, quando tu tinha me dito antes sobre "morrer varias vezes até se tornar imortal" achei que era meio da boca pra fora só porque eu precisava de um conselho, mas tu usa até pra tua vida O:
    bjbj,
    Nata.
    ah, Primeiro comentário do blog o/

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  2. era pra ser meu o texto, mas agora é de todos nós, ;]...obrigado por ter paciência de ler até o fim, rsrs...bjjo

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  3. adoreiiii o texto!!

    tu esta a cada dia melhorando mais eles!!!
    porque não posta as tuas musicas aí!?! elas são lindas!!

    bjão

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